Igualdade racial poderia evitar mais de 12 mil mortes neonatais, revela Fiocruz
O Meio de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) revelou que 12% das mortes neonatais poderiam ser evitadas caso a desigualdade racial não existisse. A pesquisa, que investigou porquê o racismo vivido por gestantes impacta seus filhos, foi publicada na revista The Lancet Regional Health – Américas.
Os pesquisadores estimaram que a paridade racial poderia evitar 1,7% de mortes por prematuridade, 7% por insignificante peso ao nascer e 11% por crianças nascidas pequenas para a idade gestacional (PIG). De conciliação com a pesquisadora associada do Cidacs/Fiocruz Bahia, a vulnerabilidade gerada pelo racismo resulta em empregos precários e situação econômica desfavorável, o que dificulta o chegada a serviços de saúde e contribui para as altas taxas de mortes neonatais.
A estudo também revela que gestantes jovens, com menor escolaridade e frequência reduzida às consultas de pré-natal, são predominantemente negras e pardas. Para essas mulheres, 40% das mortes neonatais são causadas por insignificante peso e PIG, enquanto 18% são por prematuridade. O estudo ainda conclui que, mesmo entre mulheres com maior nível de ensino, as desigualdades raciais persistem nos resultados de saúde dos seus filhos.
