Morte por coqueluche é registrada na Bahia após cinco anos sem casos de óbito
Número de pessoas mortas em ações policiais na Bahia é maior que Rio de Janeiro e São Paulo
A Bahia registrou 1.702 mortes por ações policiais em 2023. Pelo segundo ano ininterrupto, o número é maior que os índices registrados no Rio de Janeiro e São Paulo, dois dos três estados brasileiros com maiores populações. As informações fazem segmento da pesquisa Pelo Meta, da Rede de Observatório de Segurança, e foram divulgadas nesta quinta-feira (7).
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia e pediu um posicionamento, mas ainda não teve retorno.
A Rede de Observatório e Segurança monitora nove estados brasileiros: Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Entre esses estados, a Bahia foi o único a registrar número de óbitos maior que milénio no ano pretérito.
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Ainda de tratado com a pesquisa, foram 1.702 pessoas mortas pela polícia somente em 2023. Deste totalidade, 1.321 eram negras. Esse número pode ser ainda maior, pois em 306 casos as raças das vítimas não foram registradas.
Os índices também mostram que a violência policial tem desenvolvido no estado nos últimos anos: houve um aumento de 161,8% no número de mortes decorrentes de mediação policial, um salto de 650 para 1.702. Ao todo, foram 4.787 mortes registradas em ações das forças de segurança.
Número de pessoas mortas pela polícia na Bahia entre 2020 e 2023
Ano | Mortes |
2019 | 650 |
2020 | 607 |
2021 | 1.013 |
2022 | 1.465 |
2023 | 1.702 |
Nascente: Rede Observatório de Segurança
Para Ana Paula Rosário, porta-voz do Observatório na Bahia, os dados mostram o atual cenário da segurança pública.
“É uma tristeza ver esses índices aumentando cada vez mais. A pesquisa mostra que o estado que abriga as cinco cidades mais violentas do Brasil vem adotando mais violência para combater a violência”, disse.
De tratado com o Observatório, a pesquisa tem porquê base os dados da Secretaria de Segurança Pública e casos noticiados pela mídia em cada estado. Durante o ano, as informações são registradas em um banco de dados, validadas e, por termo, divulgadas.
Em relação ao perfil das vítimas, além da maioria ser negra, mais de 60% são jovens com idades entre 18 e 29 anos.
Entre os casos recentes, está o de Alex Silton de Oliveira, soteropolitano de 18 anos que morreu durante uma ação da Polícia Militar no bairro do IAPI, em Salvador. Ele foi atingido com três tiros na cabeça.
Familiares e amigos fizeram protestos em seguida o ocorrido, e disseram que Alex não tinha envolvimento com a criminalidade.
“Eles [policiais] já chegaram atirando e mataram o menino, simples, com três tiros na cabeça. Eles só entram cá atirando, matam gente e dizem que é troca de tiros. Eles fazem isso porque não dá zero para eles. O morador que sofre”, desabafou, na idade, uma moradora que preferiu não revelar a identidade.
Nascente: G1