Lira diz que há ‘insatisfação generalizada’ na Câmara com o governo

 Lira diz que há ‘insatisfação generalizada’ na Câmara com o governo


O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou hoje que “há uma insatisfação generalizada” na Câmara, e possivelmente entre senadores, com a falta de fala política do governo federalista.

O que disse Lira

O presidente da Câmara explicou, ao chegar ao Congresso, que recebeu uma relação do presidente Lula (PT) hoje e que explicou as “dificuldades” atuais do governo federalista. “O que há é uma insatisfação generalizada dos deputados, e talvez dos senadores, que ainda não se posicionaram, com a falta de fala política do governo, não de um ou outro ministro”, afirmou.

Lira também declarou que se a MP da restruturação dos ministérios não for aprovada hoje, a culpa não será da Câmara, mas do governo. “Os líderes estão consultando as suas bancadas e isso precisa permanecer simples. Agora, não é por culpa do Congresso. Se hoje o resultado não for de votação ou de aprovação da medida provisória, não deverá a Câmara ser responsável pela falta de organização política do governo.”

Ele lembrou ainda que se o governo não tiver os votos, a material não deve ser votada. “Nós esperamos e vamos conversar agora com os líderes para sentir dos líderes se a Câmara dará, mais uma vez, o crédito ao governo. Porque quem está votando as matérias de governo, pasmem, são os partidos de oposição e os independentes” continuou Lira, ao reiterar que houve tempo bastante para que o governo se organizasse e montasse sua base de pedestal, mas que isso não ocorreu. Ele também avaliou que o Planalto teria 130 votos da Câmara.

Questionado sobre o seu papel, Lira esclareceu que o presidente da Câmara ajuda, mas não é líder de governo ou da oposição. “Se o governo tivesse todos os votos para a aprovação, teríamos votado ontem. O presidente da Câmara ajuda, mas não é líder de governo ou da oposição. Venho, há muito tempo, alertando o governo sobre essa falta de pragmatismo, consideração e atendimento”, destacou.

Durante a enunciação, ele também pontuou que a votação da MP “não é uma material de vida ou morte para o país”. Disse ainda que “é uma material de organização do governo que, se der perceptível, parabéns, o governo terá oportunidade de fazer a sua tarifa. Se não der, eu penso que há outras maneiras de estruturar, só não posso, nem vou, ser responsável por um resultado positivo ou negativo”, seguiu.

MP dos ministérios

A MP dos ministérios foi o texto editado pelo governo Lula para gerar a estrutura de 37 pastas da gestão do petista. Para que ela não perdida a validade, ela deve ser aprovada pela Câmara e pelo Senado até esta quinta-feira (1º), às 23h59.

Se isso não sobrevir, a estrutura da Esplanada volta a ter a formação do governo Bolsonaro. As duas casas, no entanto, também podem reprovar a MP, o que levaria ao mesmo resultado se a medida caducasse.

O novo texto, que reestrutura os ministérios, enfraqueceu as funções das pastas do Meio Envolvente e dos Povos Indígenas. Ontem, porém, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o Planalto decidiu concordar “do jeito que está” para evitar itinerário maior.

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