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O que se sabe sobre a morte do candidato à presidência do Equador
O candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio foi morto na última quarta-feira (9) ao ser baleado enquanto deixava um comício político realizado no Anderson College em Quito, capital do país.
Segundo informações da mídia local, cerca de 30 tiros foram disparados na investida contra o político. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram Villavicencio entrando em um carro, quando diversos tiros são efetuados contra ele.
Ao menos 9 pessoas ficaram feridas no ataque, “entre elas o candidato à presidência e dois policiais”, segundo a Procuradoria Geral do Equador.
O Conexão Política solicitou detalhes sobre o caso, encaminhando um documento de Acesso à Informação. Até o fechamento desta matéria, a polícia e o Ministério do Interior do Equador ainda não haviam se posicionado.
“Este é um crime político, que tem caráter de terrorismo, e não temos dúvidas de que este assassinato é uma tentativa de sabotar o processo eleitoral”, disse o presidente Guillermo Lasso.
Um dos suspeitos de assassinar Villavicencio foi morto em Quito, ainda na noite de quarta-feira (9), segundo o Ministério Público do país.
Inicialmente, o homem não teve a identidade divulgada. Ele foi atingido durante uma troca de tiros com seguranças pessoais do candidato. Gravemente ferido, chegou a ser transferido para a Unidade de Flagrantes, mas não resistiu.
Em nota, o Ministério Público do Equador informou nesta quinta-feira (10) que seis pessoas foram presas durante incursões realizadas nas áreas de Conocoto e San Bartolo, em Quito, em conexão com o assassinato.
Ameaças
Na semana passada, em entrevista, Villavicencio havia denunciado que estava sendo ameaçado por um cartel do país.
“Há três dias, um militante de Manabí [cidade do Equador] recebeu visitas de vários mensageiros de Alias Fito [líder do cartel Los Choneros] para dizer a ele que, se eu continuasse mencionando os Los Choneros, eles iriam me quebrar”, disse no programa Vis a Vis, apresentado pela jornalista Janet Hinostroza, na quarta-feira (2).
Composta por duas gangues chamadas Fatales e Las Águilas, Los Choneros são uma organização criminosa do Equador que surgiu em Manabí. Eles atuam com extorsão, tráfico de drogas e homicídios.
Mesmo diante das investidas, Villavicencio disse que não suspenderia sua campanha eleitoral. Ele também responsabilizou o Los Choneros por eventual atentado que pudesse ocorrer contra ele, sua família e equipe.
Eleições dia 20 de agosto
Em pronunciamento na madrugada desta quinta-feira (10), o presidente do Equador, Guillermo Lasso, notificou que as eleições presidenciais estão mantidas para o dia 20 de agosto.
“Essa é a melhor razão para ir votar e defender a democracia”, disse Lasso, que o atual cenário político do país evidência traços de alguém que tenta “sabotar o processo eleitoral”.
“Todas as autoridades aqui reunidas se manterão juntas. Acordamos que as eleições não serão suspensas; ao contrário, elas precisam ser realizadas e a democracia precisa acontecer”, discursou o chefe do Executivo federal, condenando as investidas contra Villavicencio.