“A esquerda brasileira continua discutindo coisas que não importam”, critica Viviane Mosé

 “A esquerda brasileira continua discutindo coisas que não importam”, critica Viviane Mosé


“A guerra hoje é virtual”. É logo que a filósofa e psicanalista Viviane Mosé explica a dinâmica da política no Brasil com as redes sociais uma vez que instrumento de fake news e manipulação. Em entrevista à Rádio Metropole nesta segunda-feira (11), ela lamentou que, enquanto essa “guerra acontece”, a esquerda se concentra naquilo que não mudará o cenário.

“Fico muito triste de ver que a esquerda brasileira continua discutindo coisas que não são importantes. Está discutindo porque o pobre votou na direita. O pobre não votou na direita, votou em alguém que ele acredita de verdade que vai tirá-lo da situação e isso é feito por manipulação da informação. A guerra hoje é virtual, é cá que acontece a política”, disse. Mosé cita a valia de gerar regras de controle para as redes uma vez que forma de combate à manipulação e fake news, o que poderia ter sido feito, segundo ela, antes mesmo das eleições deste ano. “Mas a própria esquerda diz ‘não pode controlar a rede’, uma vez que não pode controlar a rede se tudo acontece lá?”, questionou. 

Para a psicanalista, levante processo de estruturação das redes sociais uma vez que instrumento política de fake news e manipulação começou nas manifestações de 2013 no Brasil, conhecidas uma vez que Jornadas de Junho. Segundo Mosé, foi neste incidente que a população rompeu seus laços reais com instituições e organização não governamental, sob o pretexto de uma revelação “sem liderança”.

“O que aconteceu ali foi um processo de manipulação de rede que colocou todo mundo na rua. Manipulação pra que sentido? Temos no Brasil, uma sociedade social muito organizada. Sindicato, associação de moradores, associações LGBTQIA+. Em 2013, a gente foi para rua sem liderança. Foram desfeitas ou desacreditadas para a população as suas organizações civis, seus representantes e passamos a nos vincular somente à internet. Logo, hoje, nós não temos mais a vinculação com a veras, com o mundo. Nós só nos vinculamos ao que é publicado. E o que é publicado é muito mais fácil de ser manipulado”, explicou.

Confira a entrevista na íntegra:



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