Festa de Reis completa 19 anos sem dedicação e irreverência de Padre Pinto

 Festa de Reis completa 19 anos sem dedicação e irreverência de Padre Pinto


As celebrações da  Sarau de Reis já começaram desde a sexta-feira (3) e vão até esta segunda (6) na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, no Largo da Lapinha, em Salvador. Mas uma figura marcante, que ajudou a rejuvenescer essa tradição, segue fazendo falta. A privação de padre José de Souza Pinto, espargido porquê padre Pinto, completa 19 anos.

Bailarino de formação clássica e artista plástico, padre Pinto era o pároco da Igreja da Lapinha, foi quem criou, por exemplo, o Terno da Anunciação e ajudou a rejuvenescer as celebrações de Reis nos anos 1990. Em 2006, padre Pinto virou matéria pátrio por rezar uma missa vestido de índio e com roupas do candomblé na Igreja da Lapinha. Uma reportagem do Jornal da Mundo de 5 de janeiro de 2006 exibia a performance do religioso, vestido de Oxum em plena terreiro. 

Choque na comunidade católica

A performance de padre Pinto já era conhecida em Salvador, mas a repercussão pátrio foi o que causou um choque na comunidade católica. A situação cabou com o retraimento do padre tanto da paróquia quanto de suas atividades sacerdotais, não sem antes o padre ser submetido a exames psiquiátricos. No dia seguinte, por meio do cardeal prior primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella, a Arquidiocese de Salvador divulgou uma nota pública repudiando as manifestações de padre Pinto. 

“As apresentações do Padre José de Souza Pinto, religioso da Sociedade das Divinas Vocações, se colocaram fora da normalidade e, por isso, causaram perplexidade entre as autoridades presentes, os fiéis e os demais participantes dos festejos. Demais, os comportamentos manifestados naquela ocasião estão a merecer cuidados terapêuticos, cujas providências estão sendo tomadas por segmento dos superiores da sua Congregação e da Arquidiocese”.

Legado

Depois da saída de padre Pinto, a celebração foi perdendo a força, mesmo com todo esforço da paróquia e da comunidade. Em 2019, aos 72 anos, o religioso morreu na Paróquia São Caetano da Divina Providência, deixando um legado de irreverência, originalidade e comunidade. Foi ele que conseguiu organizar a Folia de Reis, forjou no bairro a creche Tia Ziza e os próprios estandarte aos reis magos.



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