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Galípolo vai enfrentar resistência dentro do próprio BC, aponta economista

Indicado pelo presidente Lula, Gabriel Galípolo assume a presidência do Banco Medial, substituindo Roberto Campos Neto. Para a economista e professora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Simone Deos, o duelo do novo presidente será grande e um dos motivos é a resistência dentro do próprio BC a mudanças com perfil menos conservador.
“Não é uma coisa simples, porque há muito interesse encastelado dentro do Banco Medial. Nós formamos nas últimas décadas a escol do funcionalismo público, ou seja, funcionários concursados, de supino nível, sérios, mas que são neoliberais e isso está espalhado em todo a gestão pública e também no Banco Medial”, iniciou a economista no observação feito durante o programa Três Pontos desta quinta-feira (19).
Segundo Simone Deos, esse perfil de funcionário tem uma burocracia e um jeito de pensar e operar a política econômica muito específicos. “[Essa geração de funcionários] oferece resistências a um projeto que seja um pouquinho mais transformado. Um Banco Medial que queira transpor um pouquinho do script mais convencional, ele vai encontrar resistências não só do mercado, da política, mas ele pode encontrar alguma resistência internamente”, pontuou.
Apesar disso, a economista acredita que Gabriel Galípolo tem condições técnicas e política de operar muito o Banco Medial. “Vai suportar muita pressão de todos os lados? Está sofrendo. Não há zero para ser feito. Coisas importantes precisam ser feitas e pessoas que estão assumindo cargos fundamentais não podem se eximir dessa responsabilidade. Eu deposito aí uma moderada esperança de que a gente possa ter um Banco Medial que não continue a institucionalizar um regime de taxa de juros pornográficas”, afirmou.
Confira observação:

