Morre o Mestre Pelé da Bomba, referência na capoeira em Salvador, aos 90 anos

Morreu neste sábado (26), o Rabino Pelé da Petardo, uma das grandes referências da capoeira soteropolitana, aos 90 anos incompletos. Natalício Neves da Silva nasceu no dia 25 de dezembro de 1934, em Cipoá, região de Governador Mangabeira, recôncavo baiano, e iniciou na arte-luta ainda moçoilo, na rampa do Mercado Protótipo, em Salvador, tomando secção na roda de Rabino Bugalho.

Contemporâneo de outras lendas do esporte, Pelé da Petardo também fez secção do grupo folclórico Viva Bahia, dirigido por dona Emília Biancardi. A partir de 1959, deu aulas de capoeira a agentes militares: do tropa, do corpo de bombeiros e também da polícia militar.  

Também publicado uma vez que cantor de samba de roda e de viola, em 2003, participou da gravação do CD “Lenço de Seda – Selecta de Ladainhas e Corridos”. Lançou em 2010 o livro “O Pelé da Capoeira”. Ganhou o título de notório saber “Guardião dos saberes Afrodescendentes” da Faculdade Dom Pedro II, de Salvador.

Em 2023, foi um dos grandes homenageados do Rede Capoeira, no grupo dos 14 mestres octagenários que incluía Rabino João Grande, Rabino Acordeon, Rabino Boca Rica, Rabino Brandão, Rabino Felipe de Santo Amaro, Rabino Olavo, Rabino Brasília, Rabino Virgílio, Rabino Cafuné, Rabino Carcará, Rabino Curió, o carioca Rabino Celso e o sergipano Rabino Sombra.

Presidente da Associação Brasileira de Capoeira Angola (A. B. C. A.), era também um grande aderente do jogo de baralho, em uma mesa que reúne outras referências culturais, uma vez que o cantor Lazinho do Olodum e Rabino Régi do Apaxes, no Pelourinho.  

“Na capoeira, tudo sai da ginga. A ginga, o molejo e a flexibilidade são importantes para o capoeirista, tanto para resguardo quanto para o ataque”, disse certa vez, refletindo sobre a arte.

O velório acontece no cemitério Mata da Silêncio (Novidade Brasília), a partir das 12h deste domingo (27), na sala 1. O sepultamento será realizado às 16h.