PF investiga R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares após suspensão de Dino
A Polícia Federalista (PF) instaurou nesta terça-feira (24) um questionário para investigar o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares pela Câmara dos Deputados. A investigação foi solicitada pelo ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF), Flávio Dino, que suspendeu os repasses depois uma representação do PSOL mostrar irregularidades no processo.
Segundo o partido, as emendas foram realizadas sem aprovação formal pelas comissões responsáveis, gerando questionamentos sobre a transparência do procedimento.
O PSOL apresentou um ofício assinado por 17 líderes partidários, incluindo integrantes da base do governo, que indicava a destinação de 5.449 emendas de percentagem. Esse documento teria diferente a distribuição de recursos sem passar pelos colegiados, com aval do governo federalista e da Morada Social. A manobra beneficiaria principalmente Alagoas, estado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que receberia quase R$ 500 milhões.
Entre os signatários do ofício estão o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), candidato à presidência da Morada. A crise entre o STF e o Congresso sobre as emendas de percentagem já vinha se arrastando, mas a decisão de Dino intensificou as tensões, com congressistas criticando a medida porquê “midiática”.
O governo Lula, que participou das negociações sobre a destinação dos recursos, teme retaliações na Câmara com o retorno do recesso, principalmente no contexto da votação do orçamento de 2025. O incidente ressalta as disputas de poder entre Executivo, Legislativo e Judiciário, além de reacender debates sobre transparência na gestão de recursos públicos.