Último envolvido na morte do ex-ator mirim da Globo em Trancoso é preso no Espírito Santo
“Fui vítima de ataques por cumprir a minha obrigação”, diz general que se opôs ao golpe
Em 2022, durante tentativas de um golpe de Estado nas Forças Armadas, o general Valério Stumpf Trindade foi um dos principais responsáveis por resistir à fala e preservar a firmeza institucional. À estação, Stumpf, patrão do Estado-Maior do Tropa, se alinhou com o Supino-Comando para barrar o movimento golpista, que contava com escora de militares de diversas patentes e setores da militância bolsonarista.
“Tudo o que fiz foi com o conhecimento do Supino-Comando do Tropa, desempenado com o [então comandante] general Freire Gomes. Existe uma lealdade muito potente no Supino-Comando”, iniciou. Naquela estação, Stumpf era patrão do Estado-Maior do Tropa e um dos mais antigos generais da ativa.
Stumpf foi atacado nas redes sociais, com ameaças à sua família e acusações de ser “traidor da Pátria” e até “informante” do ministro Alexandre de Moraes, um tanto que ele negou. “A minha interlocução era com a Secretaria-Universal do TSE. Aí algumas pessoas que não sabiam de zero distorceram tudo. Alimentaram a versão de que eu seria ‘informante’, uma espécie de ‘leva e traz’, uma coisa bandida. Isso nunca aconteceu. É uma inverdade e uma agressão à minha pessoa. O contato era institucional”, disse.
O general destacou que seu objetivo sempre foi tutelar a democracia, o que acabou gerando uma campanha de ataques contra ele por secção de colegas militares e civis radicalizados. “Fui vítima de ataques por satisfazer a minha obrigação. Defendi a democracia em tempos complexos. Tenho orgulho de ter agido de forma leal ao comandante do Tropa e ao Tropa Brasiliano”, relata.
A Polícia Federalista revelou que o nome do general foi citado em conversas entre militares envolvidos na tentativa de golpe, que organizaram uma campanha de ataques contra os generais que se opuseram à ruptura democrática. Entre os alvos estavam também os generais Richard Nunes e Tomás Ribeiro Paiva. Segundo a PF, esses militares foram escopo de difamações e pressão por meio de milícias digitais.